Mundo Budismo

Cresci pegando as moedas do "Buda Gordinho" num pires cheio de moeda da minha vó paterna, era festa ir na casa dela, já que minha visão era bem simplista dessa religião. Quando penso no budismo, sempre me vem a imagem do "Buda deus/santo da fortuna", é uma lembrança boa de minha minha infância, pois tinha uma vó maravilhosa, cheguei até colocar moedinhas no falso Buda, mas essa impressão para aí, a ficha cai, isso era na minha infância, o budismo é muito mais do que muitos possam imaginar. Não sei hoje como está essa crendice, mas lembro que em lojinhas de Artigos de Umbanda, era fácil encontrar uma estátua do "Buda num pires com moeda" para venda, as pessoas acreditavam mesmo nisso.

O lado meditativo e contemplativo do Budismo sempre me fascinou, quando li sobre o processo de iluminação do Sidarta Gautama, o carinho só aumentou, como era possível viver num mundo e ser distante dele, muita gente está precisando passar por esse despertar, sair de suas tocas mentais, enxergar o mundo com os verdadeiros olhos de um ser espiritual, unitário e convergente.

Nessa caminhada cheguei a conhecer alguns monges, um deles foi o grande mestre Chagdud Tulku Rinpoche, foi numa palestra, não tive a oportunidade de participar de seu seminário na época devido a um compromisso, mas o que ouvi no dia, foi extremente gratificante. No fim do discurso não tinha como não me aproximar dele, segurar sua mão e agradecê-lo por estar presente naquele momento. Alguns meses depois, tive o desprazer de conhecer um Monge X de linha Vajrayana, fiquei algumas semanas indo nas reuniões, embora o discutido fosse essa linha mais esotérica, os residentes do local eram crentes de linhas místicas da Grande Fraternidade Branca e suas "n" variações, tipo: Kutumi, Saint Germain, Serapis Bey e Alice A. Bailey, mas esse não era o problema, mas sim uma falta de senso espiritual do monge da casa, saí do grupo, e no meu novo emprego semanas depois, fico sabendo por alguém, que esse mestre X, era homossexual e que não honrava com seus votos, e que tinha até perfil em sites de encontros gay na internet com sua foto, não acreditei, mas ele insistia que sim, que podia provar, um dia em sua casa, ele me mostrou o site com suas fotos não paramentados de monge.

A questão homossexual gera muita controvérsia no meio religioso, não entrarei nesse tema no momento, mas na questão de um voto que é feito e não é cumprido, semelhante a de um padre, não tenhamos dúvida que antes de serem clérigos, são homens com desejos, medos e níveis de humores como qualquer outro ser humano, mas e o controle da mente? Sei que lutar contra os desejos do mundo não são fáceis, a cada dia vivido, uma grande batalha é feita contra nosso ego, o único e real adversário, vencê-lo não é fácil, mesmo que não consigamos sempre, não devemos esquecer de nossa condição espiritual, que é "conhecer e adorar a Deus". Um sacerdote colocando fotos suas em sites de paquera, é mostrar que está em um conflito muito grande com seu ego, que seus desejos mais animalizados não estão sendo controlado.

Não via muita pureza nos olhos do Monge X, ser ele quer ter seus desejos livres e viver o mundo intesamente, que viva, é um direito seu, mas ficar se expondo em sites e ainda "cuidando de almas", pois essa é função primordial de um sacerdote, não é algo que eu vá concordar e fingir que nada está acontecendo, mas também não posso chegar em seu templo e dizer para os seus discípulos que seu mestre é "gay", embora alguns pensam em fazer. Imaginem o choque na cabeça de alguns, e outros que poderão não acreditar e atacar você em vez do monge, as reações poderão bem variadas, muitas vidas poderão ser destruídas. Será que conversar com o monge é a melhor atitude? Há quem ache que sim, há quem não, eu particularmente não iria, principalmente por não ser seu amigo e não fazer parte de seu grupo de convívio e anelo espiritual, se fosse talvez conversasse com ele. Para reflexão: "Pode uma alma em conflito cuidar de homens?"

Hoje é chique ser budista, livros, revistas, filmes, seriados, novelas, vários meios estão discutindo essa religião, antigamente era difícil demais. Quando falava e defendia o budismo, que Buda e Jesus eram mensageiros de Deus, o povo sempre associava de forma errada a existência de Sidarta Gautama, como o "santo das moedas" ou mais uma crença que não vai salvar o homem, já que para as pessoas em questão, "só Jesus salva". Acredito que uma das piores disseminações feitas e aceita como verdade sobre o budismo, é que essa filosofia de vida não é uma religião, e porque não seria? É comum ler e ouvir isso dos próprios budistas, mas a realidade não é bem assim, discutiremos melhor esse tema em outro post.

Em 2005, quase fui fazer a Universidade Livre de Budismo do templo Zulai, fiquei empolgado, cheguei a me inscrever, mas não tive como ir na data da entrevista, a possibilidade de estudar em Taiwan, aprender chinês e o budismo não pop, era sensacional. Quem sabe um dia não irei estudar...